23 setembro, 2011

"Na praia de Chesil" - Ian McEwan

Este romance de Ian McEwan tem 128 páginas.
Pequenino, não é?
Enganam-se. É um ENORME romance, profundo, inteligente, sobre sentimentos, silêncios, medos, dúvidas, libertação, uma história de vidas transformadas por um gesto não feito ou uma palavra não dita.
A história começa com o jantar de Edward e Florence na suite destinada a casais recém-casados, num hotel na praia de Chesil, na costa de Dorset.
Eles eram jovens, licenciados, ambos virgens naquela sua noite de núpcias, e viviam numa época em que uma conversa sobre dificuldades sexuais, que nunca é fácil, era simplesmente impossível.
Não tinham dúvidas de que queriam passar juntos o resto da vida.
O seu casamento tinha corrido bem; o serviço religioso foi correcto, a recepção divertida, a despedida dos amigos da escola e da faculdade ruidosa e animada.
E o namoro?
O seu namoro fora uma pavana convencional... nada era discutido e eles não sentiam a falta de uma conversa íntima.
Tudo perfeito?
Não!

Que pequeno grande livro.
Li-o pela primeira vez em 2007, e recordo que a história me encantou e incomodou.
Voltei a ele e o prazer da leitura foi ainda maior.
Lê-se de um fôlego, mas o final – arrasador - mantém-se por muito tempo na nossa memória.

Na praia de Chesil, de Ian McEwan
Gradiva, 2007
Tradução de Ana Falcão Bastos
128 págs.

2 comentários:

  1. Nunca li nada de Ivan McEwan. Vou ficar atento e assim que publicar um novo livro irei ler.

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  2. Tiago, se me permite uma sugestão parta à descoberta deste autor pelo livro "Sábado", e a seguir vai "devorar" toda a obra. Tenho a certeza.

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