28 maio, 2011

"Pastoral americana" - Philip Roth

… o compreender as pessoas não tem nada a ver com a vida. O não as compreender é que é a vida, não compreender as pessoas, não as compreender, e depois, depois de muito repensar, voltar a não as compreender. É assim que sabemos que estamos vivos: não compreendemos.

Quem está preparado para a tragédia e para a incompreensão do sofrimento? Ninguém. A tragédia do homem que não está preparado para a tragédia – é esta a tragédia de todos os homens.
Sinopse: Seymour (Sueco) Levov, um lendário atleta universitário, devotado homem de família, trabalhador esforçado e próspero herdeiro, envelhece na triunfante América do pós-guerra, vendo esfumar-se tudo o que ama quando o país começa a efervescer nos turbulentos anos 60. Nem o mais tranquilo e bem-intencionado cidadão consegue escapar à vassourada da história, nem o Sueco pode permanecer para sempre na felicidade da amada e velha quinta em que vive com a sua bela mulher e a filha, que se torna uma revolucionária terrorista apostada em destruir o paraíso do seu pai. A inocência de Sueco Levov é varrida pelos tempos – como tudo o que foi criado pela sua família, através de gerações, deitado por terra na violenta explosão de uma bomba no seu bucólico quintal.

Neste livro, Nathan Zuckerman, o aspirante a escritor e alter-ego de Philip Roth, revela o percurso da destruição da vida da família de Sueco Levov, filho de judeus ricos, atleta brilhante, profissional de sucesso, casado com a Miss New Jersey e pai de uma filha.
A filha, a quarta geração americana, que deveria ser a imagem aperfeiçoada de ele próprio, como ele fora a imagem aperfeiçoada do seu pai… a filha terrorista, enraivecida, colérica, que o obriga a esconder-se como um fugitivo, a filha que o leva para fora da sonhada pastoral americana.
Porquê?
O que lhe teria ele feito de tão mau? Seria o resultado daquele beijo?
Fenomenal!

Pastoral americana, de Philip Roth
Dom Quixote, 1999
Tradução de Maria João Delgado e Luísa Feijó
410 págs.

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